Contribuição do PSDB para tirar o Brasil da crise.ASIL
Após a
reunião da Executiva Nacional do partido, foi elaborada uma carta com 15 pontos
que deverão nortear o apoio da legenda a um possível governo do vice-presidente
da República, Michel Temer. O documento, intitulado “Princípios e valores para
um novo Brasil”, estabelece as condições do PSDB para apoiar o futuro governo.
A primeira delas exige o combate irrestrito à corrupção e o apoio às
investigações da Operação Lava Jato, garantindo independência à Polícia Federal
e ao Ministério Público.
O PSDB
espera ainda do governo Temer um compromisso com a adoção de algumas medidas,
como a realização imediata de uma reforma política; a renovação das práticas
políticas e a profissionalização do Estado; a manutenção e a qualificação dos
programas sociais, com redução da desigualdade e promoção de oportunidades; a
melhor aplicação dos recursos públicos em setores como a saúde, educação e
segurança pública; e o comprometimento com a responsabilidade fiscal, prática
abandonada pelo governo da presidente Dilma Rousseff.
1). Combate irrestrito à corrupção
É imperativo
que o novo governo assegure expressamente que todas as investigações em curso –
em especial as empreendidas no âmbito da Operação Lava Jato com foco no combate
à corrupção – terão continuidade, sem serem submetidas a constrangimentos de
quaisquer naturezas. Também estará garantida a independência funcional dos
órgãos de controle externo e interno, como CGU e TCU, e de investigação e
persecução criminais, como a Polícia Federal e o Ministério Público.
2). Reforma política imediata
Defendemos a
realização de uma imediata reforma política que busque garantir máxima
legitimidade e representatividade aos eleitos, que tenha como uma das
prioridades a imposição de cláusula de desempenho eleitoral mínimo para o
funcionamento dos partidos políticos, além da adoção do voto distrital
misto e do fim das coligações proporcionais. Defendemos também mais rigor
da Lei das Inelegibilidades e da Lei da Ficha Limpa. Devemos criar as bases de
um novo sistema político para que possamos voltar a discutir a implementação do
parlamentarismo no Brasil.
3). Renovação das práticas políticas e profissionalização do
Estado
O novo
governo deve estar comprometido com o combate incessante ao fisiologismo e
à ocupação do Estado por pessoas sem critérios de competência. Ministérios e
cargos comissionados devem ser expressivamente reduzidos. Por outro lado, as
carreiras típicas de Estado e os gestores públicos devem ser valorizados. Os
cargos na administração devem ser preenchidos com base na estrita observância à
qualificação técnica do indicado, tendo sempre como norma a busca pela maior
eficiência no uso do recurso público e a promoção da meritocracia na
administração pública, inclusive em empresas estatais, agências
reguladoras e fundos de pensão. As ações do Estado devem ganhar transparência e
sujeitarem-se ao escrutínio e à fiscalização da sociedade.
4). Manutenção e qualificação dos programas sociais, com redução da
desigualdade e promoção de oportunidades
Numa
situação de crise aguda como a atual, deve estar garantida a manutenção e a
ampliação dos programas sociais que se direcionam para os segmentos mais
vulneráveis e de menor renda da população, em especial o Bolsa Família, o
Minha Casa Minha Vida, o Pronatec, o Fies e o Prouni. Adicionalmente, os
programas sociais precisam ter como foco a melhoria da educação e a
promoção de oportunidades iguais para todos os cidadãos, com vistas a
diminuir sua dependência em relação ao Estado. Neste sentido, especial atenção
deve ser dedicada às mulheres, aos jovens e às pessoas com deficiência. Nenhum
resultado, porém, será satisfatório sem que o país obtenha a retomada do
crescimento econômico, com ênfase na geração de empregos.
5). Revisão dos subsídios fiscais para fomentar o crescimento
É necessária
a reformulação da política de subsídios, renúncias fiscais e
financiamentos patrocinada por bancos públicos e agências de fomento. Os
subsídios financeiros e creditícios precisam passar por rigorosa revisão e as
linhas de crédito de bancos públicos, em especial do BNDES, devem ser
conduzidas com absoluta transparência. A prioridade deve ser dada a projetos de
elevado retorno social, em especial projetos com maior capacidade de geração de
empregos nas seguintes áreas: saúde, educação,
saneamento, segurança, mobilidade urbana e tecnologia.
6). Responsabilidade fiscal
Um governo
comprometido em cuidar bem do dinheiro dos contribuintes não pode gastar mais
do que arrecada e deve ter compromisso com o equilíbrio das
contas públicas. O Executivo deverá apresentar, em no
máximo 30 dias, um conjunto de medidas para a recuperação do equilíbrio das
contas públicas que sinalize o controle do crescimento da dívida pública até
2018. É, também, imprescindível a promoção de reformas que garantam a
sustentabilidade do nosso sistema de previdência social.
7). Combate rigoroso à inflação, preservando o poder de compra dos
salários
A inflação
deve ser tratada com tolerância zero, para o que é fundamental o auxílio da
política fiscal (controle de gastos públicos), de forma a reduzir o papel das
taxas de juros no controle da inflação.
8). Simplificar o sistema tributário, torná-lo mais justo e progressivo
Deve-se
buscar a unificação de tributos e a redistribuição mais justa da carga. O
Executivo deve apresentar uma proposta de simplificação radical da carga
tributária e iniciativas para aumentar a progressividade e a justiça tributária
na cobrança de impostos. Qualquer medida nesta área deve ser a mais horizontal
e equilibrada possível.
9). Reformas para a produtividade
É imperativo
que o novo governo proponha, em regime de urgência, uma agenda de reformas estruturais
que criem condições para que o Brasil volte a ser um país competitivo, com
melhores condições de gerar emprego, renda e bem-estar para as pessoas, e com
equilíbrio nas contas públicas. E, ainda, recupere as agências regulatórias por
meio de gestão profissional que busque de forma equilibrada o interesse da
sociedade e o aumento significativo do investimento em infraestrutura, baseado
num programa consistente de privatizações, concessões e PPPs. Estes serão os
motores para a retomada do crescimento, para o fortalecimento da indústria, da
agricultura, dos serviços e do comércio, as premissas para a melhoria das
condições de vida e o aumento da produtividade no país.
10). Maior abertura e integração do Brasil com o mundo
Para
recuperar seu papel no concerto das nações, o país precisa reorientar sua
política externa e comercial de maneira enérgica para que possa se reintegrar à
economia global e ampliar as oportunidades de empresas e de cidadãos
brasileiros. Nossa diplomacia deve se guiar pelo interesse nacional e não por
ideologias.
11). Sustentabilidade em prática
O Brasil tem
condições de liderar a agenda global da sustentabilidade, começando por ampliar
e inserir mecanismos de adaptação e mitigação aos efeitos da mudança
climática em todas as políticas públicas. É imperativo também que o país
acelere a consecução das metas de redução de emissões de gases de efeito estufa
estabelecidas no Acordo de Paris.
12). Reformulação das políticas de segurança pública
A segurança
pública deve ser objeto de trabalho integrado das polícias, de
modernização das formas de combate ao crime organizado, de uma política
adequada de enfrentamento à questão das drogas e de maior proteção de nossas
fronteiras, com vistas a reprimir o tráfico de armas e entorpecentes,
capitaneados pelo governo federal.
13). Educação para a cidadania
Os recursos
disponíveis precisam ser mais bem aplicados, a começar pelo apoio a estados e
municípios que cumprirem metas rigorosas de cobertura e melhoria da qualidade e
equidade nos sistemas de ensino, associado a um amplo programa de formação
e valorização de professores, com ênfase na meritocracia. Uma das primeiras
tarefas do novo governo é redefinir as novas bases curriculares, para que
realcem a cidadania e efetivamente contemplem saberes que abram portas para
crianças e jovens. A educação deve estar voltada ao desenvolvimento humano e ao
trabalho.
14). Mais saúde para salvar vidas
A atuação do
Estado na saúde deve estar voltada a salvar e melhorar a vida dos brasileiros,
e não a remediar arranjos político-partidários. É preciso aumentar a eficiência
e a sustentabilidade financeira do sistema, que hoje desperdiça recursos. Com
sua base de financiamento cada vez mais reduzida, o sistema público tem que dar
prioridade aos mais pobres. O primeiro passo deve ser ampliar a atenção básica
com medidas estruturantes.
15). Nação solidária: mais autonomia para estados e municípios
Defendemos
que a relação entre União, estados e municípios seja mais equilibrada, pondo
fim a uma política marcada pela subserviência e pela troca de favores. É
urgente a definição de um novo pacto federativo que fortaleça e aumente a
autonomia de estados e municípios, para que possam gerir melhor os bens
públicos, aplicar melhor os recursos e, desta maneira, fazer aquilo que de fato
devem fazer: cuidar melhor das pessoas. É imperativo que o governo federal
lidere este pacto, inclusive para superar impasses como os que hoje se
encontram pendentes de decisão do Supremo Tribunal Federal.
Editado por:
Edison Franco – Fonte PSDB Nacional.
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